O PISP, sigla para iniciador de pagamentos, vai começar a funcionar no Pix a partir de 30 de agosto de 2021. A iniciação de pagamentos já existe no Brasil e é a função que possibilita pagamentos por redes sociais usando cartões de débito, por exemplo.
Unindo o ecossistema do Open Banking ao Sistema de Pagamentos Instantâneos do Pix, o Banco Central abre caminho para que bancos, credenciadoras e plataformas de e-commerce ofereçam a iniciação de pagamentos instantâneos via Pix.
Mas você sabe o que faz o iniciador de pagamentos?
O que é PISP – o iniciador de pagamentos?
A sigla PISP vem do inglês payment initiation service provider. A instituição iniciadora de pagamentos é um agente adicional no mercado de pagamentos que conecta usuários aos seus bancos ou demais instituições onde mantêm uma conta transacional, com o objetivo de melhorar a experiência do usuário na realização de pagamentos digitais.
Na prática, o iniciador de pagamentos permite aos usuários realizar transferências e pagamentos sem precisar entrar no aplicativo do banco ou digitar seus dados bancários.
Independentemente do arranjo de pagamentos por trás (Pix, cartão, TED, etc.), o que o PISP faz, com a tecnologia das APIs, é comandar a realização de um pagamento como se fosse o cliente, que então só precisa confirmar a transação. A tela da confirmação acontece no mesmo ambiente em que o usuário estava quando decidiu realizar o pagamento: o aplicativo de entregas, o site de compras, a rede social, entre outros.
Em outras palavras, o papel do PISP na transação é agilizar o processo de pagamento para que o usuário não precise sair do aplicativo onde está e perder tempo digitando dados para transação.
Assim, a função do PISP se limita a estabelecer a conexão entre pagador e a instituição provedora da conta do cliente, e não participa do fluxo financeiro na transação. Ou seja, o dinheiro não passa pelo iniciador de pagamentos no caminho entre a conta pagadora e a conta recebedora.
| Escute o podcast: PISP: a nova modalidade de pagamento
O que isso tem a ver com o Pix?
O Pix se tornou um dos principais meios de pagamento no Brasil. Até julho de 2021, ele já havia sido utilizado por 93,7 milhões de pessoas, segundo dados do Banco Central. No entanto, o Pix ainda não despontou como meio de pagamento no varejo digital. No e-commerce, o Pix é responsável por menos de 5% das transações.
Um dos possíveis motivos é o atrito para a conclusão da compra quando a forma de pagamento escolhida é o Pix. Por enquanto, uma transação no Pix só acontece quando iniciada pelo próprio usuário pagador no seu aplicativo de mobile banking, o que exige várias etapas:
Com o serviço de iniciação de pagamentos, o número de etapas necessária até a conclusão do pagamento com o Pix cai de sete, em média, para apenas três, de acordo com o Banco Central.
“Com a chegada do serviço de iniciação de pagamento, a experiência em algumas situações passará a ser mais ágil, sendo o usuário direcionado diretamente para a tela de autenticação no app do seu banco” explica Carlos Brandt, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem), do Banco Central.
A iniciação de pagamentos com Pix pode ser útil para vendas online, seja em desktop ou nos celulares, aplicativos de delivery e transporte, além de transferências entre pessoas (P2P) via redes sociais.
“O processo é muito mais fluido e com menos etapas para finalizar um pagamento, mantendo o alto nível de segurança. Esperamos que a medida seja de grande valor, em especial no âmbito do comércio eletrônico”, declarou Brandt.
Quem pode oferecer o serviço de PISP no Pix?
Segundo o BC, o serviço de iniciação de pagamentos no Pix pode ser ofertado pelos “iniciadores puros”, que são empresas que obtêm a autorização do Banco Central para atuarem exclusivamente como PISP, e por todas as demais instituições financeiras e de pagamentos que já participam do sistema do Pix.
Para atuarem como iniciadoras de Pix, as instituições também precisam buscar a certificação do Open Banking, que rege os requisitos técnicos para iniciação de serviços.
Dessa forma, multiplicam-se as possibilidades de uso dessa nova modalidade de pagamento. Por exemplo, as empresas que já oferecem soluções de pagamentos digitais terão a possibilidade de desenvolver mais uma solução para que seus clientes recebam pagamentos pelo Pix.
| Saiba mais sobre a iniciação de serviços no Open Banking aqui
Confira as datas de implementação do iniciador de pagamentos no Pix publicadas pelo Banco Central:
● 30/08/21: iniciação de Pix para transferências entre pessoas físicas (P2P) com inserção manual da Chave Pix pelo cliente
● 30/09/21: iniciação de Pix para pagamentos no varejo, sem a necessidade de inserir manualmente os dados do recebedor
● 01/11/21: iniciação de Pix por leitura de QR Code estático e dinâmico e possibilidade de agendamento de transferência a partir do serviço de iniciação.