Fintechs garantem os maiores aportes de investimentos em startups no Brasil

Em 2022, foram cerca de US$ 1,74 bilhão captados pelo segmento, o que equivale a aproximadamente 40% do volume total investido. Além disso, as startups financeiras também se destacaram nos movimentos de fusões e aquisições no mercado.
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Equipe Propague
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Quinto maior mercado global de startups financeiras e o segundo maior da América Latina, de acordo com o ranking do The FinTech Times, o Brasil continua apostando alto na consolidação desse segmento. Mesmo com a instabilidade econômica recente, as fintechs encabeçaram os aportes realizados no mercado de startups no país em 2022, revelando um horizonte de oportunidades.

Ao todo, cerca de US$ 1,74 bilhão foram aplicados nas fintechs brasileiras no ano que passou, conforme levantamento da plataforma de inovação Distrito, o que corresponde a aproximadamente 40% do volume total de investimentos feitos nas startups nacionais no ano que passou. A saber, das 755 alocações de recursos no período, 148 foram destinadas às fintechs.

Paralelamente, as startups financeiras mantêm o protagonismo mesmo quando se fala em fusões e aquisições, conforme aponta o levantamento. É interessante notar que, de 2017 a 2022, quase 44% das transações do gênero envolvendo startups no país compreenderam fintechs.

De acordo com a consultoria EY, a principal causa disso é que empresas de vários setores estão comprando fintechs para incluir serviços financeiros em seus portfólios. Considerando apenas 2022, o artigo publicado pela Agência EY relata que as fintechs estiveram presentes em 43 fusões e aquisições, bem à frente de startups de outros segmentos como saúde (20 negociações) e de varejo (13).

Fortalecimento das fintechs: de inclusão financeira à descentralização de mercado

Quando se fala no advento e fortalecimento do segmento de fintechs, a publicação enfatiza dois movimentos em especial: a inclusão financeira e a descentralização dos serviços financeiros.

No que tange à inclusão financeira, o enfoque do setor engloba tanto indivíduos quanto empresas, especialmente micro e pequenos negócios, que agora têm acesso a produtos e serviços financeiros desenvolvidos e ajustados para atender suas necessidades.

Já no âmbito da descentralização dos serviços financeiros, a EY destaca que as fintechs contribuem com a oferta de soluções de embedded finance (finanças incorporadas na tradução direta) e Banking as a Service (Banco como Serviço), o que possibilita que tais serviços sejam oferecidos por empresas de qualquer setor, sem depender de sua área de atuação, deixando de ser exclusividade das instituições financeiras.

Isso porque, expõe Paula Colodete, sócia da EY na área de Serviços de consultoria em contabilidade financeira, as fintechs provêm toda a infraestrutura necessária para que organizações dos mais diversos portes e setores possam oferecer serviços financeiros, sem deixar de focar na sua atividade principal.

Consequentemente, emenda, ao vincular uma solução de Banking as a Service à sua atividade-fim, as empresas conseguem aumentar a receita proveniente do negócio como um todo.

E mais: sem precisar se adaptar às demandas ou exigências de regulação a fim de operar no setor financeiro, pois o caminho é facilitado através das fintechs, que além de responderem pela tecnologia, contam com licença regulatória.

O dinamismo do setor

De acordo com a executiva, situações como essas, onde o Banking as a Service amplia o portfólio de qualquer empresa, evidenciam por si só a vitalidade do mercado de fintechs.

Conforme disse, inicialmente, as startups financeiras atuavam em nichos bem delineados, com o propósito de atender o cliente seguindo uma abordagem personalizada. Movimento esse que ficou internacionalmente conhecido como unbundling, ou seja, a fragmentação dos serviços financeiros.

Porém, atualmente, percebe-se que as fintechs enxergaram oportunidades em outros segmentos além dos que antes operavam, revelando, portanto, o dinamismo desse mercado.

Aliás, Colodete frisa que os próprios clientes estão buscando uma oferta mais ampla de soluções que ofereçam o mesmo atendimento próximo e personalizado característico do modelo de negócios das fintechs. Isso é conhecido como rebundling (serviços financeiros reagrupados), cuja tendência teve início a partir de 2022.

Diante desse cenário, o Brasil já contabiliza aproximadamente 1.300 empresas do gênero, segundo o estudo “Por dentro das Fintechs”, divulgado pela Distrito. Destas, mais de 500 surgiram nos cinco anos anteriores.

 

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