Um novo relatório divulgado pela empresa de pesquisa de mercado Allied Market Research, com sede nos Estados Unidos, revela que o mercado de Open Banking deve atingir US$ 123,7 bilhões até 2031, crescendo a uma taxa anual composta de 22,3% entre 2022 e a data estimada.
Além disso, considerando que esse mercado foi avaliado em US$ 13,9 bilhões em 2020, ao ser alcançado, o novo patamar representa um aumento de cerca de nove vezes no valor de mercado das finanças abertas em todo o mundo ao longo do período em questão.
Segundo a empresa, a principal contribuição para esse feito vem do grande salto esperado no número de pessoas usando aplicativos e serviços nesse novo modelo de negócios bancários. Mas também não se pode deixar de mencionar um aumento no engajamento dos clientes do setor e no aprimoramento do atendimento a essas pessoas.
“Prevê-se um aumento no uso de plataformas online para fazer pagamentos e o desenvolvimento em rápida expansão de análises de Big Data envolvendo os métodos através dos quais essas transações são realizadas, impulsionando, dessa forma, o mercado de Open Banking ao longo dos próximos anos”, afirma a publicação.
Ao mesmo tempo, o documento acrescenta os muitos benefícios associados à adoção do modelo de Open Banking. Conforme disse, essas vantagens resultarão em ganhos para todas as partes envolvidas, incluindo consumidores, bancos, empresas e fintechs.
Nesse contexto, o estudo destaca que o aumento significativo na colaboração de provedores de serviços financeiros e bancos tradicionais com as fintechs seja também outra grande oportunidade para consolidar o avanço do mercado de Open Banking.
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Análise do mercado de Open Banking por segmento
O estudo dividiu o mercado de Open Banking em serviços financeiros, canal de distribuição e região. Na primeira segmentação estão bancos e mercado de capitais, pagamentos, moedas digitais e outros. Já canal de distribuição inclui canais bancários, mercado de aplicativos, distribuidores e agregadores. Por fim, em termos de região, o mercado de Open Banking foi analisado na América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe.
Olhando especificamente para serviços financeiros, os segmentos de bancos e mercado de capitais e pagamentos são, e devem continuar sendo, os que detém a maior participação no mercado de Open Banking. No caso dos primeiros, é porque eles utilizam serviços de finanças abertas para coletar informações demográficas para aumentar seu alcance e adquirir novos clientes. Já pagamentos, é por conta do aumento do uso de aplicativos e plataformas online.
Em termos de região, a Europa detém a maior fatia do mercado de Open Banking. Isso se explica pelo avanço desse modelo no continente e a necessidade de aumentar a segurança dos pagamentos online. Conforme o relatório, 64% dos adultos europeus devem adotar o Open Banking nos próximos anos. Além disso, as diretrizes governamentais para os bancos abrirem obrigatoriamente APIs (Interfaces de Programação de Aplicativos) é outro fator que impulsiona o crescimento.
Vale destacar que para chegar aos resultados, o estudo se concentrou nas perspectivas não só de crescimento, mas também de possíveis restrições, como fraudes online e insegurança de dados, e ainda nas tendências para o mercado de Open Banking.
Na análise, a pesquisa se baseou nas Cinco Forças de Porter para entender o impacto de variados fatores, como poder de barganha dos fornecedores, intensidade competitiva dos concorrentes, ameaça de novos entrantes, assim como de produtos substitutos, e poder de negociação dos compradores na análise de dados nas perspectivas do mercado bancário.
E o Brasil?
Embora o relatório não traga dados específicos sobre o mercado de Open Banking no Brasil, o país já evoluiu para o Open Finance e vem superando as projeções. A saber, números do relatório semestral das finanças abertas do Banco Central (BC) classificam o Brasil como o maior ecossistema de partilha de dados e serviços financeiros do mundo em quantidade de instituições e número de transações.
Segundo o documento, publicado em agosto de 2022, até a primeira metade do ano já havia mais de 6,7 milhões de consentimentos ativos, um número 34% acima da expectativa inicial, segundo a consultoria FCamara.
Diante desse desempenho, somente dois anos após o sistema de finanças abertas entrar em operação no país, o Brasil já supera os números do Reino Unido, pioneiro do Open Banking no mundo e fonte de inspiração para o nosso modelo. Em solo britânico, o patamar de seis milhões usuários só foi alcançado em 2022, quatro anos depois de implantado.
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