BIS lança guia para implementação de pagamentos offline via CBDCs

De acordo com o Centro de Inovação do BIS, o pagamento offline é um requisito importante para a maioria dos bancos centrais por razões como resiliência, inclusão financeira, privacidade e semelhança com o dinheiro.
BIS lança guia para implementação de pagamentos offline via CBDCs
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Equipe Propague
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Uma pesquisa realizada pelo BIS Nordic Center, centro de inovação do Banco de Compensações Internacionais (BIS), com sede em Estocolmo (Suécia), revela que 49% dos bancos centrais em todo o mundo consideram vitais os pagamentos offline com as moedas digitais de banco central (CBDCs na sigla em inglês) na modalidade varejo, ao passo que outros 49% julgam como vantajosos.

Saiba mais sobre as CBDCs acessando aqui.

A capacidade de fazer pagamentos offline significa poder usar uma CBDC sem estar conectado à Internet, temporariamente ou devido às limitações de cobertura.

Segundo o estudo, tal condição é um requisito importante para a maioria dos bancos centrais por razões como resiliência, inclusão financeira, privacidade e semelhança com o dinheiro.

No entanto, a implementação de pagamentos offline via CBDCs é complexa e envolve uma série de considerações operacionais, de tecnologia e segurança, que precisam ser planejadas e projetadas para os estágios possíveis dessas moedas.

O real digital, por exemplo, que está em fase de testes, é uma CBDC que já tem como uma de suas diretrizes a possibilidade de poder pagar offline, além da promoção de aplicações online.

Assim, tendo em vista todas essas complexidades, o BIS Nordic Center, como parte do projeto Polaris, publicou um guia explorando os aspectos-chaves de como as CBDCs poderiam funcionar para transações offline. O manual foi compilado em parceria com a consultoria Hyperion.

Pagamentos offline via CBDCs não se resumem a uma única solução

De acordo com a pesquisa realizada para confecção do guia, não existe uma solução única. Ou seja, o grau em que as CBDCs serão fornecidas ou usadas offline deverá variar significativamente por país, região, demografia e contextos específicos, que também influenciarão as soluções escolhidas.

Consequentemente, o manual procurou focar em alguns dos principais motivos e cenários de uso para pagamentos offline com CBDCs, disponibilizando, ainda, um mapa e uma explicação dos componentes da tecnologia com base nas soluções disponíveis no mercado, bem como um conjunto de critérios de design para gerenciamento de riscos, privacidade, inclusão e adaptabilidade.

Isso porque, explica Beju Shah, chefe do BIS Nordic Center, as CBDCs, como quaisquer sistemas de pagamento digital, devem trabalhar para todos na sociedade, quando e onde indivíduos e empresas precisam.

“Dessa maneira, a capacidade de pagar quando offline pode garantir que isso seja alcançado, fornecendo uma camada de resiliência, além de apoiar os objetivos de inclusão, acessibilidade e privacidade”, disse em comunicado à imprensa.

Critérios de implementação

O guia traz um conjunto de critérios e considerações que os bancos centrais podem usar para informar seu planejamento, desenvolvimento de políticas, requisitos de tecnologia e negócios, atividades de compras e operações futuras utilizando CBDCs para pagamentos offline.

Como resultado, as autoridades monetárias terão como entender com mais detalhes as tecnologias e graus de segurança disponíveis; as principais ameaças, medidas de gerenciamento de riscos, os problemas de privacidade, as necessidades de inclusão e as opções de superação. Sem esquecer ainda os princípios de design e arquitetura envolvidos.

E mais: por meio do manual, os bancos centrais conseguirão obter uma perspectiva sobre possíveis problemas operacionais e de gerenciamento de mudanças.

Nesse sentido, as informações contidas na publicação foram coletadas com consultores especializados, pesquisas de bancos centrais, entrevistas com empresas do setor privado, reuniões com especialistas em bancos centrais e outros estudos sobre o tema.

Ainda segundo o BIS Nordic Center, o guia poderá ser atualizado novamente acompanhando os desenvolvimentos de CBDCs, segurança cibernética e tecnologia ou como resultado do feedback recebido e do trabalho adicional.

 

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